Texto
enviado por morador de Tamoios ao Blog de Vinicius Peixoto
O povo de Tamoios foi enganado, essa farsa precisa ser divulgada. Li
seus comentários sobre os “azulões” e resolvi lhe enviar esse texto
complementando suas informações. Estou extremamente aborrecido com a forma de
tratamento do povo aqui de Tamoios por parte da PMCF e do prefeito em especial.
Depois de postar que havia visto gente da salineira socorrendo um dos “azulões”
na rua e questionar de quem eram esses novos carros, eis que conversando com
familiares e colegas moradores de Botafogo, descobri que esses “azulões” são
uma forma de fraudar e enganar o povo daqui, muito pobre e sofrido. Na verdade
eles são da salineira, só que os motoristas têm um uniforme diferente e os
carros pintados na cor da campanha do prefeito. Daí já vemos o primeiro
problema.
Os carros anteriores eram velhos, sujos e demoravam muito a cumprir o
trajeto, mas eram indiscriminadamente gratuitos para todos que estivessem no
trajeto. Agora o prefeito acabou com a gratuidade para o passageiro e doou
(quando devia licitar) o trajeto para a salineira criar a linha Botafogo x
Santo Antônio e cobrar R$ 2,80 a passagem ou R$ 0,50 com o cartão da dignidade,
retirando um benefício para vincula-lo a um projeto seu. Até concordo que sejam
mais ônibus, o povo dali merece e precisa. Sempre defendi que preferia uma
passagem barata e mais garantida que algo grátis de má qualidade, mas minha indignação
é com a fraude.
Fraude que se mostra quando o prefeito para se eleger, disse que melhoraria
os ônibus do trajeto, só que no dia 02 de maio, ele enviou sorrateiramente seus
assessores as igrejas locais (isso mesmo que vocês estão lendo), para amansar o
povo e convencer a todos de que essa fraude era melhor, que todos os bairros
deveriam ir fazer o cartão dignidade e assim não perder o benefício da passagem
barata. Resultado: hoje de manhã centenas de moradores foram ao ginásio
poliesportivo curtir o sol numa fila para fazer cadastro e pagando R$ 2,80 no “azulão”
que pensavam que seria de graça.
Eu professor que trabalho e tenho familiares no bairro, fico arrasado em
ver os mais humildes serem tratados desse jeito. Claro que dói em mim, três
vezes: uma pelo meu ofício, outra pela família e mais uma pela aproximação
étnica aos remanescentes quilombolas do lugar. Enganam-se esses humildes “sem
voz”, imagina o que mais não acontece por aí?
Olha como o governo atual prefere dar vez aos ricos já estabelecidos do
município: a empresa recebe uma linha sem licitação e cobra do povo e ainda
recebe mais da prefeitura caso usem o cartão dignidade. É muita garantia de
lucro, nem o governo americano facilita tanto em suas terras. Fica aqui meu
desabafo na esperança que um dia meu trabalho colabore e dê frutos para essa
gente um dia questionar em político que não dá satisfações do que faz e não se
deixar enganar.
Professor Honório
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