COLUNA DO NOSSO AMIGO CLAUDIO LEITÃO
Rotineiramente, a
população ao acordar e ver no noticiário das manhãs das tv’s e rádios novos
casos de incríveis safadezas com o dinheiro público, sai de casa para o
trabalho com um sentimento de indignação, misturado muitas vezes com um
sentimento de impotência, imaginando e pensando o que fazer para mudar este
quadro.
Uma parte destas
pessoas, porém, de certa forma já saem anestesiadas, sem se importar muito,
imaginando que como boa parte destes crimes são cometidos por ladrões
engravatados, na maioria das vezes agentes políticos das mais diversas esferas
de poder, os casos ficarão impunes ou empurrados “justiça abaixo” através das
“chicanas processuais” promovidas pelos seus respectivos advogados, também
muito ricos. Os casos espantam tanto pelo montante de dinheiro envolvido quanto
pela “cara de pau” e mau caratismo explícito.
Roubar dinheiro
público, prejudicar principalmente as pessoas humildes, já submetidas a todas
as formas de negação dos seus direitos mais elementares, como educação, saúde,
moradia decente, saneamento e assistência social tem que nos causar profunda
tristeza e extrema indignação. Neste momento, penso nos pobres que são presos
por roubar uma lata de leite ou uma fruta no supermercado e são jogados em
celas sub-humanas que acabam depois, sendo violentados e arrastados pelas
mazelas do sistema prisional brasileiro, que não recebe de maneira nenhuma
ladrões de “hierarquia superior”.
Os nossos
magistrados, homens letrados nas leis, respaldam quase sempre este
comportamento cínico de punição ao “andar de baixo” e covardemente são
complacentes em seus rigores metodológicos do direito, na hora de julgar a patifaria
de ladrões de gravata que convivem com eles no “andar de cima”. Até quando a
sociedade brasileira vai tolerar este quadro dantesco? Quantos serão capazes de
verbalizar sua indignação e buscar o enfretamento com estas estruturas
corrompidas de poder?
Até quando estas
gangues políticas vão conjugar o verbo roubar de todas as formas possíveis? Nós
cidadãos que pecamos pela omissão ou cumplicidade, vamos assistir achando que é
impossível mudar esta dramática realidade que hoje esta nos impactando, mas que
se nada for feito, inviabilizará o futuro dos nossos filhos e netos.
Um vereador recebe
mensalmente, dependendo do tamanho da cidade, entre 6 e 15 mil reais, um
prefeito, entre 12 e 23 mil reais, deputados estaduais e federais, entre 15 e
26 mil reais. Governador e Presidente, também perto disso. Salários dignos que
permitem aos políticos uma vida confortável, mas pela lógica formal, fiscal,
financeira e contábil não permite enriquecer ninguém, salvo os herdeiros e
empresários que já entram ricos na política e podem disfarçar melhor o aumento
patrimonial.
Mas o que vemos com
mais freqüência são pessoas das camadas mais populares e até da classe média, encontrando
na atividade política um trampolim para roubar descaradamente o erário público
e afrontar a sociedade com uma evolução patrimonial inteiramente incompatível
com a renda auferida, proveniente dos vencimentos da atuação política. Só
enriquece na política quem é ladrão.
Tenho certeza que
quem lê este artigo conhece pelo menos um político com este perfil. Alguns,
inclusive, votam nele com uma estranha naturalidade passiva, provocada pela
inocência de propósitos, ignorância política ou o que é pior, pela desprezível
cumplicidade com que encaramos a corrupção em nossa cidade, em nosso estado e
em nosso país. Sei que muitos me chamarão de radical por escrever este pequeno
texto, mas acredito que já passou da hora de fazermos a nossa parte para mudar
esta realidade implacável. O voto e o processo eleitoral são importantes, mas
não os únicos meios de lutarmos por mudança e retirarmos do poder verdadeiras
quadrilhas instaladas nas mais altas esferas. Cada cidadão de bem sabe que pode
ajudar de várias formas, principalmente, através das mais diversas formas de
participação comunitária. Gramsci já dizia no século passado: “Devemos opor ao
pessimismo da razão o otimismo da vontade”.
A mudança só
acontecerá se toda a sociedade continuar se recusando a abandonar seus sonhos e
suas utopias. É preciso continuar buscando alternativas que possam levar a
outra forma de organizar a sociedade. Precisamos discutir projetos e não apenas
nomes. Informação e conscientização política são fundamentais. Até quando vamos
permitir que esses salafrários nos roubem a esperança de um futuro melhor.
“ Pobreza não é uma escolha do indivíduo e
nem uma condenação divina. É o resultado de escolhas sociais.”
Herber Gans
Cláudio Leitão é economista e membro da
executiva municipal do PSOL em
Cabo Frio.
Caro Claudio Leitão,
ResponderExcluirAntes de mais nada gostaria de deixar bem claro que não sou seu eleitor nem comungo com a atual situação que vivemos.
Não aceito sua s palavras quando diz que sou ou somos culpados pela “mulambada” que temos nas três esferas do poder.
O que eu e todo o povo pode fazer, e começar a escolher melhor nossos legisladores, as pessoas que fazem as leis, pois elas sim, são muitas e falhas. Já nascem com o propósito de serem burladas ou são apenas para dizer que fazem alguma coisa. Temos um exemplo claro aqui em nossa cidade. Foi criada nesses dias uma Lei para que o executivo de vacina as mulheres contra o HPV. Ora, isso e uma obrigação, não tem que acontecer por força de Lei.
Quanto suas idéias, temos um clássico exemplo no Brasil de um homem que dizia que nada prestava, o executivo, o legislativo e o judiciário. Só tomou pau nas eleições.
Temos mazelas em nossa nação sim, mas temos pessoas capazes que podem fazer a diferença. Temos sim, e que saber separar o bom do ruim. Para isso poderíamos começar a cobrar uma melhor EDUCAÇÃO, que e o divisor de águas entre a pobreza e a riqueza, tanto espiritual quanto material.
Prazer, sou Sillas Nunes, Administrador e Contador,
Eu não sou ortopedista, mas posso garantir que a coluna do Cláudio Leitão está perfeita. Mas espera aí, que eu vi um pequeno "desvio", que precisa de melhores exames.
ResponderExcluir"Neste momento, penso nos pobres que são presos por roubar uma lata de leite ou uma fruta no supermercado e são jogados em celas sub-humanas..."
Claúdio Leitão, entendo perfeitamente a sua, a minha, a nossa indignação, mas colega, crimes são crimes , não importa o montante e não devemos usar esse tipo de "artíficio".
Informo,também Cláudio Leitão: você foi o único politico de PAGODE CITY, que durante a campanha eleitoral, honrou as calças ou as bermudas que veste. Teve peito para falar livremente a realidade do nosso "promíscuo" Transporte público. Uma prioridade essencial para o desenvilvimento das cidades e ninguém fala nada! Nem preciso falar os motivos.
Não é celular pré-pago, mas tem toda certeza, que ganhou bastante bônus comigo e muitos.
Agora colega, para levantar voos mais altos, precisa dar um tempo naquele discurso tipo: músiquinha de carro de gás(chata e repetitiva) e jogar na mesa, qual seria a sua maneira de administrar. Ou seja, "que MM e AC tem a mesma forma de administrar.......blá blá blá"E a sua? Eu nunca ouvi e nem li. Criticar por criticar sem solução, quem é que vai dar importância? Quem é que vai ter esperança?
Claudio Leitão parabéns vc é um político honesto. No entanto está procurando entrar no rol dos pilantras e dos canalhas que almejam somente o poder. Gosto mt de você mas sinto que o seu trabalho está baseado em sonhos e quimeras. Governar sem as forças que normalmente sustentam as candidaturas dos calhordas que alcançam o poder não é fácil e vc sabe disso. portanto, acorda Claudio Leitão vc está fazendo papel de bobo.
ResponderExcluirQuem faz papel de bobo é quem aquenta tudo isso quieto, ele ao menos se coloca como alternativa e peita os poderosos, se o povo não vai votar nele é azar do povo, já se ele começar a fazer exatamente o que os outros fazem para se eleger ele deixa de ser opção contra o sistema e vira apenas mais um...
ExcluirCaro Silas, em momento nenhum digo que todos são culpados e que tudo não presta.Esta não é a minha ideia, abordei uma questão específica. É um texto opinativo, pode-se concordar ou não.Desde 2008 temos defendido prioridade para educação, se vc acompanhou a campanha deve lembrar.
ResponderExcluirJulio, repetir não é ruim, nem todo mundo acompanha o dia a dia na política como vc. A repetição também se dá pela não resolução dos problemas de sempre, educação, saúde, saneamento, cuidados com o meio-ambiente, etc..
Caro Anônimo, nem eu e nem ninguém do PSOL somos ingênuos. Sabemos da conjuntura política que vamos enfrentar, apesar de tudo vale apenas enfrentar tudo isso. Quem luta pelo que acredita nunca faz papel de bobo, mas vc tem o direito de pensar assim.
C
Repetir porque não somos atendidos, nas nossas reclamações,sempre e tudo bem! Se fosse assim, não tinha repetecos na minha do transporte público. Agora repetir criticas sem dar soluções, vai me desculpar, pela minha discordância.
ExcluirKKKKKKKKKK, fala sério. Um socialista que anda de Citroen e tem mais de meio milhão de reais em patrimônio. O blogueiro rivotril tem razão, vc se vendeu pra Alair, cara.
ResponderExcluirImportante lembrar que Janio teve peito também pra falar que acabaria com o monopolio da salineira. importante lembrar também que tanto Jânio quanto leitão só fazem criticas e mais criticas a esse governo e nada de denuncias no MP e mobilização popular. ambos não andam de onibus e não usam o sistema publico de saúde mas falam muito bem sobre. e ainda sim são nossas melhores opções. Isso é bom ou ruim. e o governo psol de itaocara? Como anda? Até pouco tempo atrás não tinha nem portal da transparência no ar...
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